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Publicado em Voz e Você, por Redação em 08/05/2023


“Mas temos esse tesouro em vasos de barro, para mostrar que o poder que a tudo excede provém de Deus, e não de nós” 2 Coríntios 4.7

 

O dicionário afirma que frágil é algo quebrável, quebradiço, delicado, débil, fraco, fino, vulnerável, indefeso, exposto, desprotegido, desamparado, suscetível. Creio que todos estes sinônimos se aplicam à família. A família deveria ter uma placa dizendo: Cuidado, frágil! Ou seja, devemos “manusear” com cuidado.

 

Quando afirmamos que a família é frágil, estamos dizendo que precisamos cuidar, olhar com atenção, proteger, caso contrário, ela pode quebrar. Por isto, as pessoas cuidam quando estão levando objetos frágeis, normalmente de vidro ou outro material quebrável.

 

O apóstolo Paulo afirma que “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós”. Deus escolhei armazenar as riquezas do céu em recipientes frágeis.

 

No primeiro século, os recipientes mais duráveis eram esculpidos me pedra. Uma família rica mantinha suas possessões em um vaso de alabastro. Panelas de barro não tinham valor algum. Era impensável imaginar que um jarro de barro pudesse ser o recipiente de qualquer coisa que valesse a pena.

            

Quando pensa na família como algo frágil, vulnerável, lembro da força que a família possui; o quanto ela pode ser bênção na vida dos seus membros. Porém, a família vem “embalada” em vasos de barro, denotando sua fraqueza. Para que surja a força da família é necessário que haja humildade, quebrantamento, colocar-se nas mãos de Deus.

 

Muitas vezes, vivemos a vida familiar com um sentimento de onipotência, achamos que somos seres superpoderosos que nunca enfrentaremos a finitude, a perda, a doença, a dor e as ausências da vida. Na nossa família, estamos protegidos das dificuldades da vida, das tempestades.

 

Vamos vivendo e negando a fragilidade da família. Um belo dia, enfrentamos uma tempestade; o tempo de deserto entra em nossa família; enfrentamos a depressão, o desemprego, a doença, a morte, os relacionamentos se quebram. Tomamos, então, consciência de que, assim como a vida, a família é frágil.

 

O vaso de barro possui uma vantagem: ele pode ser moldado, quebrado, refeito, remodelado, a maneira que o leiro quiser! Assim devem ser nossas famílias nas mãos de Deus. Erramos e acertamos e cada vez que acertamos não é pela nossa habilidade, mas pela graça de Deus. Pela misericórdia de Deus estamos envolvidos neste projeto divino que é a família e não desanimamos. Mesmo naqueles dias, que a nossa humanidade e fraqueza, parece que nunca poderemos fazer qualquer diferença para o reino de Deus. Mas, Deus ainda estará conosco mostrando a direção e usando as nossas famíias na sua imperfeição e fragilidade.

 

Falar da fragilidade da família é ter em mente o aviso de Cuidado de quem carrega algo frágil e delicado. Tudo parece calmo, tranquilo e, de repente, enfrentamos situações imprevistas que podem quebrar os sonhos e embaçar nossa visão de futuro ou de outras pessoas da família.

 

Como enfrentar estes momentos?

 

A mulher de Jó deu um conselho para ele, na hora do seu pior sofrimento de perda das riquezas, dos filhos e da saúde: “Então a mulher dele disse: - Você ainda conserva sua integridade? Amaldiçoe a Deus e morra!” Jó 2.8.

 

Quantas famílias se perdem nos momentos difíceis, entram em desespero, perdem a esperança, o significado da vida, afastam-se de Deus e tudo fica mais difícil. Deus, ao olhar para nós, para nossas famílias, vê pessoas frágeis que precisam do Seu amor e cuidado e da Sua graça, caso contrário, não conseguiremos vencer os desertos da vida.

 

Infelizmente, nós não nos apercebemos desta verdade e não “manuseamos” nossa vida em família com cuidado, respeito e atenção. No versículo 7, do Salmo 34, o salmista afirma: “Tu és a minha esperança”. A grande questão é, onde está a nossa esperança?

 

Algumas famílias colocam sua esperança no dinheiro, no poder. Mas onde encontrar a esperança para enfrentar as lutas e perdas em família?

 

Há uma citação, amplamente divulgada, atribuída a Alexandre, o Grande: Perto de morrer, Alexandre, o Grande, fez três pedidos aos seus ministros: 1) Que seu caixão fosse carregado pelos melhores médicos da época; 2) Que so tesouros que tinha fossem espalhados pelo caminho até seu túmulo; 3) Que suas mãos ficassem fora do caixão e à vista de todos. Os ministros, surpresos, perguntaram: “Quais são os motivos?” Ele respondeu: 1) Eu quero que os melhores médicos carreguem meu caixão para mostrar que eles não têm o poder nenhum sobre a mortes; 2) quero que o chão seja coberto pelos meus tesouros, para que todos possam ver que o bens materiais aqui conquistados, aqui ficam; 3) Eu quero que minhas mãos fiquem para fora do caixão, de modo que as pessoas possam ver que viemos com as mãos vazias, e de mãos vazias voltamos.

 

Alexandre, o Grande, nos ensina sobre a fragilidade e efemeridade da vida, mas, muito antes dele, o salmista reconheceu que era frágil e precisava de Deus para lidar com a vida.

 

Que Deus nos ajude a fixar o nosso olhar nas verdades eternas para reconhecermos nossa dependência dEle e de Sua graça para vivermos em família.

 

Com Carinho,

 

Amélia Tavares.


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