Voz e Você

Publicado em Voz e Você, por Redação em 20/11/2023


 

O mundo vive um tempo de guerra, morte, destruição e apreensão entre Israel e o grupo palestino Hamas, que começou no dia 7 de outubro, durante uma ofensiva surpresa coordenada por vários grupos militantes palestinianos contra as cidades israelenses próximas – passagens de fronteira da Faixa de Gaza. O mundo observa com apreensão e tristeza.

 

A passagem de Jeremias mostra que o povo de Israel está vivendo um momento muito difícil e tenso. O rei Nabucodonosor levou o povo cativo para a Babilônia. Jeremias e o povo estavam vivendo no cativeiro humilhação, dor, sofrimento, disciplina, vergonha. Neste tempo de desesperança, multiplicam-se os vendedores de sonhos e falsas esperanças. Jeremias envia essa carta de Jerusalém para os exilados. Falsos profetas encontravam-se entre os exilados. Havia uma disputa entre os profetas que falavam em nome de Deus e os falsos profetas que pregavam falsas esperanças. As palavras de Jeremias apontam para o futuro.

 

Deus continua ao lado do seu povo

Jeremias declara que os exilados continuam sendo o povo de Deus. Deus ainda estava com o Seu povo. Em meio ao sofrimento, Deus continua com o Seu povo. O sofrimento gera sensação de abandono, solidão, vazio e desamparo. Deus nunca nos abandona à nossa própria sorte. O nosso sentimento de abandono é decorrência de um desejo de vencer a situação adversa rapidamente. Nunca podemos esquecer a realidade da presença divina.

 

Necessidade de continuar a vida

Deus manda que o povo edifique e plante. Construir para habitar e plantar para comer. Prosseguir com a vida, com a família, com o trabalho. Muitas pessoas, diante de uma doença grave, ao invés de se preocuparem em viver, passam a se preparar para a morte. Na época difícil da Covid, com tantas mortes, numa reunião informal, conversávamos sobre como cada participante estava. Um participante disse que, por fazer parte do grupo de risco, já havia passado todas as suas coisas para o seu filho. O profeta manda o povo olhar para o futuro. Olhar para o futuro é olhar para a vida.

 

Deus ordena ao povo que busque a paz na cidade

Aquele povo exilado está ali, a contragosto, ansiando pela cidade natal, sua casa e seus amigos. Deus ordena que não somente busquem a paz, mas orem por ela. Deus afirma que a paz do povo eleito depende da paz da cidade. O povo de Deus deve ser agente da paz! Muitas vezes, achamos que não temos responsabilidade nenhuma para com a cidade, país e mundo em que vivemos – somos alheios aos acontecimentos. Acho lindas as histórias de superação, pessoas que tem uma vida sofrida e lutam para reverter aquela situação. Certa vez, assisti uma entrevista com um moço que viveu numa comunidade do Rio de Janeiro. Ele formou-se em jornalismo e criou uma rádio comunitária na comunidade. Ele tinha consciência de que o futuro dependia de sua ação. Um belo exemplo. Eu sou responsável, nós somos responsáveis.

 

A saída está em Deus

Deus dá uma saída para este estado caótico: buscai a Deus. A saída está em colocar Deus no centro das nossas vidas. Só podemos ter alegria num mundo de perspectivas negativas, se confiarmos que Deus está no controle de tudo. Deus diz que se dará a conhecer quando for buscado de todo o coração. Não se trata de uma busca esporádica, na hora do sofrimento. Mas uma busca constante, acreditando que Deus pode todas as coisas. Deus não fala de coisas grandiosas, mas de coisas do dia a dia, do que é comum às pessoas. Buscar a paz é cuidar dos relacionamentos com os outros e com a natureza, em casa, no trabalho, dirigindo, na sala de aula, durante as compras ou durante as vendas. É ser imitador de Cristo de segunda a segunda. Vivemos num tempo e lugar concretos e devemos expressar a paz de Deus, mas só conseguiremos expressar essa paz quando Deus for uma realidade concreta em nossa vida. Deus nos colocou para ser bênção onde nós estivermos.

Gosta da história do viajante e o sábio: Conta-se que numa cidade um sábio estava sentado numa pedra há 50 anos. Ninguém entrava nem saía sem notá-lo. Um dia um viajante que chegava a cidade perguntou a ele: “Estou de mudança pra cá, como é esta cidade aqui?”.

O sábio então o indagou: “Como é a cidade de onde você vem?”. E o viajante respondeu: “É uma cidade linda, um povo maravilhoso, excelente lugar para educar meus filhos, mas fui transferido para cá por motivos profissionais”.

Então o sábio respondeu: “Sorte sua. Aqui também é um lugar maravilhoso, não tem violência, o povo não fala da vida de ninguém, excelente qualidade de vida,  você vai adorar morar aqui”.

O novo morador seguiu em frente e logo depois outro cidadão com a família parou seu carro e faz a mesma pergunta ao sábio: “Estou vindo trabalhar aqui. O senhor pode me dar informações desta cidade?”.

E o sábio repetiu a mesma pergunta que havia feito ao homem anterior: “Diga-me primeiro: como é a cidade de onde você vem?”.

E ele respondeu: “É um lugar péssimo, violento, um povo fofoqueiro. Digo ao senhor não consegui fazer um amigo naquela cidade”. O sábio respondeu: “O senhor não deu sorte. O povo desta cidade é igualzinho ao de lá”.

Um jovem discípulo do sábio que a tudo assistia lhe perguntou: “Mestre, o senhor deu duas definições opostas da cidade em menos de dez minutos. Qual das duas é a verdadeira?”.

E o sábio respondeu: “As duas. Nossa cidade não é diferente de nenhuma outra cidade... As cidades são todas iguais, com pessoas rudes e pessoas amáveis, com oportunidades e desafios... O que determina se uma cidade é boa ou ruim é a forma como você a enxerga. Você carrega sua cidade dentro de você!”.

Busque a paz, ore pela paz no mundo, no país e na sua cidade.

Seja uma agente de paz!

 

Com carinho,

Amélia Tavares


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